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Carros autônomos: acelerando para o futuro.

Publicado em Novo Varejo Ed. 386

É comum que, ao falarmos sobre tecnologia automotiva, criemos uma visualização utópica de como seria o futuro da humanidade. Estamos acostumados a visualizar uma representação futurística, com carros voadores e cidades 100% conectadas. A questão é que, por mais absurdo que pareça, nosso mundo já caminha para um destino semelhante. Tirando a parte dos carros voadores, atualmente, nossa realidade já encontra-se imersa na tecnologia, mesmo que às vezes essa situação passe despercebida diante dos nossos olhos, já que estamos tão acostumados a viver diariamente com tanta informação, que não percebemos que esse tão aclamado ‘futuro tecnológico’, na verdade, trata-se do nosso presente.

Por mais recente e futurista que pareça a ideia, o desejo de desenvolver um autônomo já existe há mais de um século, tendo-se os primeiros projetos datados na década de 20. Dessa forma, com o decorrer dos anos e a constante evolução da tecnologia que cerca o setor automotivo, novos modelos chegam ao mercado com recursos mais modernos, prometendo gerar praticidade, conforto e segurança aos seus usuários. Com grandes nomes da indústria por trás dos projetos, para várias montadoras espalhadas pelo globo, esses veículos já são realidade, como a Honda, Mercedes-Benz, BMW, Volvo e Tesla, sendo a última a responsável pelo desenvolvimento dos famosos veículos que se dirigem sozinhos: os da linha Tesla Model.

Então, de maneira geral, em um mundo em que os autônomos possuem grande presença nas ruas, espera-se que ocorram melhorias decorrentes de seu impacto, como a redução de acidentes de trânsito que, geralmente, são ocasionados por erro humano. É importante ressaltar que tais automóveis apresentam diferentes níveis de automação, podendo variar desde aqueles que possuem apenas uma forma de assistência ao motorista, controlando, por exemplo, a velocidade ideal para a circunstância e local em que o carro está se movimentando, ajudando o passageiro a manter uma velocidade correta e evitar acidentes; até aqueles que possuem tecnologia o suficiente para seguir uma viagem em completa autonomia, sem haver necessidade do motorista controlar o veículo.

Os pontos positivos são vários! Maior segurança no trajeto, devido aos diversos sensores tecnológicos que estão ali para garantir maior precisão, maior sustentabilidade, já que, aliado a outra vantagem de economizar tempo, o automóvel ficaria em circulação por um período menor do que se estivesse sendo controlado por uma pessoa manualmente (pensando pelo lado que o veículo poderia realizar ações de forma mais rápida que, em caso manual, exigem mais tempo e concentração do motorista, como o ato de estacionar), reduzindo a quantidade de poluentes que, normalmente, seria emitido. Mas, claro, nem tudo são flores. Os valores dessas unidades entram como um dos pontos negativos, além de serem veículos de maior complexidade na hora da manutenção e de carregarem consigo uma discussão ética, sendo considerados por uma parcela de pessoas como perigosos e incapazes de tomar decisões rápidas e extremas em situações em que faz-se necessário o uso de princípios morais, algo considerado inalcançável pela nossas Inteligências Artificiais atuais.

Mas e em território brasileiro, essa realidade se mantém? Muito vemos sobre os avanços da tecnologia e os diversos projetos futurísticos que abrangem o assunto. Mas quando olhamos para o nosso país, ainda vemos a mesma situação? A verdade é que, da mesma maneira que a chegada dos veículos elétricos ao país e a adoção dos mesmos tende a ser uma adaptação demorada e mais lenta do que nos países mais desenvolvidos, a presença dos veículos autônomos no Brasil dependerá de grandes passos para que possamos presenciar essa tecnologia nas ruas. Isso porque, em nosso país, a adesão da automação em veículos é mais baixa se comparada com os Estados Unidos, por exemplo, e isso pode ser explicado pelo baixo investimento, altos preços das unidades, falta de infraestrutura e sinalização nas ruas, este último que, se mal desenvolvida, pode pôr em risco a segurança dos usuários.

Entretanto, voltando ao cenário mundial como um todo, pode-se esperar que, com esse constante crescimento tecnológico, estaremos propícios a vivenciar, cada vez mais, a presença desses veículos tão inovadores nas ruas. Uma coisa é certa: não há como fugir da sociedade da informação e de toda a integração tecnológica que estamos vivendo e há de vivermos com mais intensidade no futuro, então, cabe a nós aproveitarmos e desfrutarmos dos frutos que podemos colher dessa realidade.


Original: Novo Varejo Ed. 386

imprensa, Novo Varejo, tecnologia

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