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Cenário incerto marca o início de 2023.

Publicado em Novo Varejo Ed. 384

O ano de 2023 começou e, para os tomadores de decisão do mercado de reposição, os desafios estão ainda mais complexos do que em 2022. Se, por um lado, os danos e incertezas trazidas pela pandemia do Covid-19 já não atrapalham tanto, por outro, o desafio de se prever o futuro do mercado de reposição de autopeças permanece turvo, já que ainda não é possível dimensionar como o novo governo conduzirá sua política macroeconômica e o cenário internacional permanece em grande instabilidade, decorrente da guerra no leste europeu.
Cravar uma previsão nas atuais circunstâncias parece um grande exercício de futurologia e apostas incertas. Entretanto, as variáveis existentes nos mostram alguns sinais que podem ser interpretados de maneira positiva ou negativa, dependendo da companhia.

O mercado financeiro espera um ano com baixo crescimento econômico, (0,80%) inflação acima da meta (5,31%), juros altos (12,25%) e câmbio apreciado (USD 5,27). Uma combinação de indicadores pouco atrativo para investimentos de risco e curto prazo, conforme podemos analisar no compilado estatístico abaixo:

Se os indicadores macroeconômicos são ruins, o mesmo não pode ser dito dos indicadores micro, ou seja, aqueles que possuem influência direta sobre os negócios do aftermarket, sobre o qual, a princípio,¬¬ é possível interpretar bons e maus sinais para o ano de 2023.

Em relação a frota, fechamos o ano de 2022 com crescimento positivo de 0,10% na linha leve e 1,24% na linha pesada. As vendas de veículos novos para o mercado interno devem crescer acima dos dois dígitos, motivados pela valorização dos seminovos, pelas perspectivas de normalização na produção e, fundamentalmente, pelo histórico de incentivos que o governo eleito oferece à indústria automobilística.

Outro dado que tem se mostrado surpreendente é a elevada taxa de passagens por veículos nas oficinas mecânicas. Até o terceiro trimestre de 2022, houve um crescimento acumulado de 11,66%, em relação ao ano de 2021. Com as vendas de veículos novos e seminovos em queda (-0,7% nos veículos novos e -12% nos seminovos), o condutor Brasileiro passou a dar prioridade às manutenções de seus carros próprios, aquecendo o cotidiano dos reparadores pelo país.

Por outro lado, apesar do aumento das reparações veiculares, os indicadores que demonstram a utilização dos carros brasileiros registraram queda.

O consumo de etanol, referente ao ano de 2022, apresentou uma queda de -7,2%, se comparado com o ano de 2021. Já em relação ao consumo de gasolina, foi possível verificar uma queda de -1,9% no mesmo período.

A tendência da baixa utilização dos veículos também se confirma quando analisamos as distâncias percorridas pelos condutores brasileiros. Em 2022, os condutores de linha leve apresentaram queda nas distâncias percorridas (-1,95% em relação ao ano passado), enquanto na linha pesada, a queda superou os -4,96% no mesmo período.

O índice geral de utilização dos veículos brasileiros, indicador desenvolvido pela Fraga, que compila os dados que aferem a utilização dos veículos, como a quantidade de combustível por automóveis e sua distância percorrida, apresentou queda na linha leve e pesada no ano de 2022 (-0,53% e -1,87%, respectivamente).

Até março de 2023, será possível traçar com maior precisão como o mercado de reposição irá se comportar. Até lá, veja abaixo as expectativas positivas e negativas que nossa equipe de especialistas elencou para auxiliá-lo em seu planejamento:


Original: Novo Varejo Ed. 384

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